Em todo o mundo, os motivos que
levam jovens às ruas são os mais variados. O que eles têm em comum? A
insatisfação e o protesto.
Os motivos são muitos, mas a
estratégia é a mesma: jovens ocupam espaços públicos para expressar sua
insatisfação.
Em geral ocupam espaços
simbólicos das cidades, como Wall Street, em Nova York; a Praça Tahrir, no
Cairo; ou a Praça Puerta Del Sol, em Madri; o Congresso Nacional ou a Avenida
Paulista, no Brasil.
Embora o ato de protestar seja o
mesmo, os movimentos têm objetivos distintos. No mundo árabe, a insatisfação era
contra governantes autoritários, instalados há décadas no poder.
Na Espanha, o desemprego e os
planos de austeridade motivaram os Indignados a sair às ruas. Em Nova York, o
Occupy Wall Street mira a desigualdade econômica e social são os desfavorecidos
na distribuição da riqueza.
No Brasil, as manifestações
começaram em protesto contra o aumento das passagens de ônibus em São Paulo,
mas logo ganharam uma dimensão maior, e a agenda também se ampliou.
Na Turquia, onde a repressão
policial a um movimento pacífico contrário à construção de um centro comercial num
parque de Istambul gerou revolta de outros setores da sociedade. Assim como no
Brasil, grupos diversos, com reivindicações variadas, juntaram-se ao movimento,
engrossando a contestação na Praça Taksim e no parque Gezi.
Levantes ocasionados por
insatisfação política também ocorrem na África subsaariana, mas também em
contextos bem únicos. O regime do presidente angolano, José Eduardo dos Santos,
enfrenta manifestações de contestação desde o ano passado. São ações lideradas
por jovens estudantes e ativistas culturais, severamente reprimidas pelas
forças de segurança.
A insatisfação parece ser o único ponto em
comum entre os jovens que saem às ruas em todo o mundo. Mesmo no caso de um
país, como o Brasil, é difícil encontrar um tema unindo todos os manifestantes.
Na verdade o que existe é uma "insatisfação generalizada com a política
brasileira".
Embora seja difícil arriscar uma
comparação entre a onda de protestos brasileira com as contestações à política
vigente em Angola há mais de 30 anos, visto que lá os problemas sociais são
pontuais, é possível encontrar semelhanças entre outros movimentos globais que mesmo
em contextos diferentes têm o mesmo alvo.
O “casamento” entre o poder
econômico e a representação política, não é novidade, porém, chegou a um ponto
que saturou o povo. O sistema político e os partidos brasileiros não
representam ninguém, a não ser a si próprios. A transferência de recursos para
camadas mais pobres, como ocorreu nos programas sociais brasileiros, não causa
impacto na classe média urbana, na verdade, causa um impacto negativo.
Na Turquia, o primeiro-ministro
Recep Tayyip Erdogan qualificou os protestos de "um ataque à democracia
turca", uma reação bem diferente da expressada pelas autoridades
brasileiras. A Turquia é uma quase democracia, com direitos civis limitados,
sem transparência e sem mídia independente.
No caso do Brasil não se trata de um governante que se sente em perigo e
manda a polícia reprimir violentamente a oposição, como nos países da Primavera
Árabe.
Manifestações em outros países
também não encontram semelhanças com a onda de protestos brasileira. O governo
sul-africano não enfrenta levantes em série, mas vem sendo criticado há meses
pela repressão à manifestação dos mineiros de Marikana, que deixou 34 mortos em
agosto passado. Os trabalhadores reivindicaram melhores salários e foram
alvejados pela polícia, numa repressão que lembra o Apartheid – regime de
segregação racial adotado pela África do Sul de 1948 a 1994.
Na Rússia, além de optar pela
repressão, o governo enfrenta os protestos mobilizando organizações aliadas
para "contramanifestações".
Na China, a repressão do regime
evita ações mais audaciosas por parte da população.
Os levantes brasileiros também
não se comparam aos conflitos religiosos na Índia, razão de intervenção
enérgica do Estado.
A repressão na China e na Rússia
é para a sobrevivência do regime. Os governos sufocam qualquer movimento para
permanecer no poder.
O Brasil ainda é visto como uma sólida
democracia.
Bem... Há controvérsias a esse
respeito!!!
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